“…”

“Tá certo que o nosso mal
Jeito foi vital
Pra dispensar o nosso tom;
O nosso som pausou.”

Venho por meio desta dizer que seja feliz. Aproveite cada momento de sua vida. Não mude, continue sendo você.

Se por acaso, algum dia um “carinha” teimoso por natureza “teimar” em te dizer que você é a mulher da vida dele, DUVIDE. Talvez tenha sido culpa da bebida, do momento ou do coração machucado de um outro relacionamento fracassado. DUVIDE, mesmo que a noite pareça maravilhosa e que você esteja tentada a deixar seu namorado por ele. NÃO VALE A PENA.

– Uma pena…

E se de repente esse mesmo “carinha” manter o contato via msn, pedir o telefone, virar uma espécie de “amigo”. NÃO PERMITA. Mantenha ele longe com suas conversas fiadas e seu pseudo-charme industrializado e engarrafado em larga escala para mil possíveis amores. NÃO PERMITA. Isso tudo vai acabar e o fato dele ter paquerado com sua irmã só mostra que aquilo não iria dar em nada. NÃO VALE A PENA.

– Poesia nunca prevalesce…

O roteiro é conhecido… ele vai se enfiar em vários relacionamentos com prazo de validade e mesmo estando com alguma menina legal ele vai paquerar com você sempre que surgir uma oportunidade. ISSO É FURADA. Talvez você acredite estar levando na brincadeira e que disso tudo não vai sair nada. ISSO É FURADA. Tudo não passa de puro show pirotécnico, mágica… Ilusão de óptica. NÃO VALE A PENA.

– Só vai durar uma semana…

Vai durar alguns dias sim… Aquela promessa da massagem, as músicas no violão, poemas dedicados, carinho, cafuné, paciência para ouvir, compreensão… Tudo vai durar apenas alguns dias. ESSA É A VERDADE. No final vão ser um pouco mais de 365 dias de luta contra o inverso disso. Você vai guardar todos os rancores possíveis, ele vai te fazer acreditar que todos os rancores servem para o crescimento dos dois. ISSO É MENTIRA. Todo o sangue que for derramado nesse período não vai servir de nada, quem sabe até ser chamado de apenas PASSADO.

– E vem o silêncio… o criado mudo…

Ele vai aproveitar tudo o que você pode proporcionar para ele. Amigos, Família, Lar, Amor, Confiança. NÃO ENTREGUE. Aos poucos vai te julgar… te definir, te rotular como se te conhecesse, mas ele não te conhece. NÃO ACEITE. Nessa altura pode parecer tarde demais, mas não é. Não acredite nas lágrimas desse “carinha”, provavelmente ele não te ama tanto quanto diz… NÃO ACEITE, POIS NÃO VALE A PENA.

– Eu sinto que sei que és um tanto bem maior….

Ele vai dizer que tudo chegou ao fim. Isso! No momento em que você mais precisa dele. Ele vai virar as costas pra você por achar que você não é tão perfeita quanto ele. Você vai perder o controle e jogar na cara dele tudo aquilo que está sentindo. E ele? Ele apenas vai ficar calado e ser frio o suficiente para manter um NÃO, NÃO VOU VOLTAR… ACABOU. Ele vai ser egoísta e só nesse momento você vai perceber que ele não passava de um moleque metido a experiente, mas que na verdade não sabe de nada. VOCÊ VAI SENTIR… TALVEZ CHORAR. Só que depois de alguns dias você vai dizer que não precisa dele pra viver, que pode decidir sua vida por você mesma…

VAI ARRANCÁ-LO DO TEU PEITO.

– E por tanta exposição a disposição cansou…

Venho por meio desta dizer que seja feliz. Seja feliz por você, não pelo “carinha”, não pelo acadêmico, não pelo surfista, não pela injustiça, não pela oportunidade. Seja MUITO MAIS.

Porque no fim de tudo só restam as reticências.

Ao som de “…” (O Teatro Mágico)

Geraldo DeLima

Você é um CRETINO!

Pouca gente sabe, mas eu sou PAI.

Pai de uma menina linda chamada Pietra, e que só tive a chance de conhecer 7 meses após seu nascimento. Ok, podem me chamar de cretino, insensível ou o que vier a cabeça. Alias… A primeira pessoa e me rotular assim foi um completo estranho que encontrei em um ônibus indo de Parelhas para Campina Grande.

Ônibus lotado, eu e esse cara em pé. Ele jovem, mas já um professor, eu nem tão jovem assim e publicitário metido a comunicativo. Comecei a puxar assunto com o tal de nome Paulo e que logo logo virou possível parceiro de cerva. Em certo ponto da conversa começo a falar da paternidade, no fundo uma esperânça vã que ele fosse compreender mais sobre o que eu passava do que as pessoas que estavam perto de mim.

– Você é um CRETINO! (Uma porrada seca)
– Não “pera” aí… (gaguejei ao lado)

O que diabos eu estava pensando? Talvez que aquele jovem professor fosse pelo menos me perguntar sobre minha história… como aconteceu… se me sinto mal com aquilo… qualquer coisa. Mas não… ele apenas me rotulou como todo mundo.

Mas querem saber… eu realmente sou um CRETINO.

Tudo bem que eu tivesse minhas dúvidas sobre a paternidade, que tenha existido mil conversas atrapalhando o processo e que só depois de 7 meses do nascimento da Pietra topamos fazer o DNA. O resultado ainda não saiu, mas nem precisa, eu sei que sou pai dela, sei tanto que me dói quando penso isso, pois passei a gravidez inteira afirmando ter certeza do contrário. Deus nos prega peças…

Sim, eu sou um CRETINO.

Nunca senti nada como o que sentir ao pegá-la no colo pela primeira vez… desde o modo como entrei na recepção da clínica e ela estava com a babá a segurando no colo… eu me abaixo e fico ali parado olhando para aquela figuirinha linda de olhos arregalados tão vivos que contagia… ela, ficou quietinha me encarando meio que se perguntando quem seria aquele que ela nunca tinha visto mas que olhava pra ela com tanto amor… segundos depois se jogou nos meus braços como uma filha se joga nos braços do pai que ela confia… Ali… naquele momento eu chorei por dentro com o coração.

Pietra ficou tateando meu rosto com carinho e sempre com aquele olhar curioso. E eu bobo querendo gritar e dizer para o mundo que ela é minha filha.

Eu sou um CRETINO.

E por assim ser pedia desculpas pra ela baixinho… dizia: “Desculpa filha, desculpa por tudo”“Papai nunca mais vai te negar, eu vou ser o mais perfeito possível pra ti, nada mais importa… só me importa você”

Tiramos as amostras de sangue para o DNA… em 20 dias chega o resultado e mesmo eu aqui com a certeza que sou Pai… tenho que respeitar a vontade da mãe de não me querer perto antes do resultado. Estou colhendo aquilo que plantei.

Sempre quis ser Pai, quem me conhece sabe… Sempre planejei isso… Só que nem tudo acontece como o planejado…

Quero em breve ensinar para minha filha pelo menos metade do que ela já me ensinou… Minha filha me mostrou que posso sempre voltar atrás e passar por cima do orgulho, ela me ensinou que quando existe amor todo o resto não passa de pequenos detalhes.

Esse texto é para você filha, MINHA FILHA que da forma dela, me mostrou que sou muito mais que um CRETINO.

Ao som de Colbie Caillat (CD Coco).

Geraldo DeLima

Semântica ao som de Careless Whisper

Realmente eu não faço ideia sobre como explicar o que sinto para as pessoas. Viro SUBSTANTIVO em uma língua sem semântica.

Os gregos é que sabiam das coisas, para eles tudo isso não passava de puro SINAL. Estavam certos, ou melhor, continuam. Não é necessário sair dando significados para frases soltas, adjetivos descuidados e nem tão pouco para adjuntos nominais ou adverbiais. Cada um deles vai encontrar a melhor maneira de se inserir no roteiro de alguém.

A Semântica tem que ser levada para a pista de dança, mesmo que você se sinta inseguro como George Michael, mas não desista mesmo diante dos sad good-byes. Uma ex-adjunto minha costumava dizer: “Contra fatos não há argumentos”, e talvez por isso eu acredite que tudo não passa de susurros no ouvido ditos por um melhor amigo. Sensações não são técnicas, não são metódicas, apenas fluem.

Beije a boca da semântica… Faça amor com a sintaxe… Navegue pelo o corpo e pela a estrutura de uma oração. Mesmo que não tenha qualquer significado.

– Mas você sempre fez isso SUBSTANTIVO!
– Eu sei… Eu sei…

Mas de alguma forma eu havia parado, deixado de me sentir inseguro diante das regras, estava como em 2004, fechado em um modelo agradável de conjugação verbal, sem tempos imperfeitos… Pelo menos parecia.

E eis que a sintaxe destruiu uma estrutura naquela época… Mas hoje a culpa é da semântica, culpa dela que procura significado em tudo. Mas também é culpa minha, que simplesmente não consigo ver mais significado nisso tudo de complemento para minha oração.

Ultimamente eu quero ser mais semiótica, mas falo sobre isso outro dia. Se for para encontrar significados na minha vida de Substantivo Homem, prefiro me ater aos sinais, aos simbolos do dia-a-dia.

Cansei da semântica formal, de enunciação ou cognitiva. É tudo sobre o mesmo fenômeno, mas hoje eu simplesmente sou diferente.

Geraldo DeLima

Ao Som de Seether – Careless Whisper

A verdadeira PERFEIÇÃO está destinada a IMPERFEIÇÃO.

Há quem garanta, aposte ou até mesmo teime que tudo está a apenas um passo de se tornar IMPERFEITO. Eu discordo, mesmo que o título dessa história aparente concordar.

A imperfeição é o novo perfeito, o estado novo de espírito ao qual todos devíamos nos entregar. Isso, entrar de cabeça nesses MODELOS PERFEITINHOS de pura IMPERFEIÇÃO.

– E como eu faço isso “Senhor Bottini”?
– Just Be Yourself!

Não existe receita de bolo pra isso, se deve mesmo é perder a mão, passar do ponto. Não subestime o sabor de um belo bolo solado e queimado nas bordas de uma noite não planejada que acaba às 07 da manhã do dia seguinte. Pelo contrário, experimente. A vida caminha de mãos dadas com o fazer errado. Veja os exemplos do dia-a-dia, há muito o que observar.

Comece encarando o sujeito do espelho de manhã que insiste em executar as 51 escovas meticulosas nos dentes, esqueça os molares, esqueça a gravata e o laço impecável, hoje é dia de all star surrado e bermuda cargo. Em seguida, se atrase, não chegue no prazo, seja teaser, coming soon. Depois é só pré-estreia, lançamento de campanha publicitária e seus coquitéis forçados. É a hora da risada, do ridículo…

– Mas espera aí! Isso tudo vai é me rotular como um insensato, imprudente… Onde anda a perfeição disso?

Ok… Talvez eu tenha exagerado, mas o que eu quero realmente dizer é que o que temos de fazer é agir com honestidade e não com necessidade. Edward Norton, em clube da luta, era imperfeito dentro de sua valiosa perfeição. E todo mundo tem um “tiquinho” de Brad Pitt no fundo.

No trabalho, as pessoas cobram que você seja pró-ativo.
Em casa, tua família espera que você se supere a cada dia.
Nos romances, as mulheres dispensam o marasmo e se entregam a imprevisibilidade de um canalha.
Seu filho vai acabar te achando careta e ser amigo do pai do melhor amigo dele.

Temos que mostrar que somos passíveis de falha, que sabemos arriscar, que somos sérios, mas nunca certinhos o suficiente para tornar a nossa vida, e a vida de quem está perto, um CD de Madeleine Peyroux.

A verdadeira PERFEIÇÃO está destinada A IMPERFEIÇÃO.

Ao som de Little By Little (Oasis).

Geraldo DeLima

Algo sobre sentenças de Vida

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, vivia um Substantivo que havia perdido o tesão de fazer parte de um jogo de palavras. Que ultimamente, se deixava ser usado em algumas frases feitas, ou acaba sendo vulgarizado dentro das normas cultas de alguns especialistas.

Há muitos anos, esse tal Substantivo HOMEM, cansado de ser abrigo para consoantes perdidas, enjoado de seguir os textos da moda, resolveu ser sozinho, isolado em sua própria oração. Deixou de lado todas as definições desnecessárias do Houaiss e do Aurélio, não deu ouvido ao Sujeitinho Acrônimo e iniciou-se na vida das pequenas expressões, na rota dos termos urgentes, mas sem pressa de viver.

Um belo dia ele se depara com uma Pequena Oração. Aquele tipo de frase que a princípio não diz muita coisa, mas aos poucos vai se enchendo de significado e poder. Ficamos alguns minutos na mesma sentença. Trocamos alguns verbos de ligação, coisas vagas de quem acabam de se conhecer.

É óbvio que não fiquei imaginando ela como um Adjunto para minha vida pacata de substantivo. Mas ela me trouxe um outro ar. Tem pessoas que sorriem com o olhar, que são sinceras simplesmente por ser. E foi exatamente isso que me trouxe um novo sopro de vontade de fazer diferença e não continuar assim… Sozinho… Enquanto existem frases e mais frases precisando de um Substantivo para dar significado a suas sentenças de viver.


Mamãe, eu quero SONHAR!

Onde foram parar os sonhos que se sonham juntos? Será que está na moda sonhar só? Não quero estar na moda… Mamãe, eu quero sonhar! Mas quero sonhar de conchinha, com hálito quente ao acordar de manhã e com mensagens inesperadas de boa sorte!

Estava de papo com uma nova amiga desse substantivo HOMEM que vos fala. E nessa conversa surgiu a necessidade de sonhar, o que valeria mais a pena, continuar sonhando só ou compartilhar nossos sonhos com apaixonantes estranhos que surgem a cada dia em nossas vidas.

Não sei esconder pra ninguém que tenho TOCA (Transtorno Obsessivo por Carência e por se Apaixonar).

E por isso é obvio que divido meus sonhos como se divide “sonhos” na padaria, saio oferecendo eles para aquelas pessoas que aparentemente são confiáveis, que surgem com aquele sorriso estampado no rosto em uma manhã aparentemente cinza, que não tem medo de ser carinhosas quando querem ser carinhosas ou até mesmo quando não esperam ser.

É com essas pessoas que divido meus sonhos, que treino meu potencial altruísta, que me permito entregar de olhos fechados diante de um abraço gostoso na parada de ônibus.

– Mamãe, eu quero sonhar! – peço no canto da sala.
– Meu filho é preciso encontrar com quem sonhar primeiro.
– Ataca ela da cozinha.
– E se eu não encontrar mamãe?
– Retruco.
– Você vai meu filho… Você vai…

Só por isso continuo sonhando…

A natureza das coisas não me soa nada natural.

Em certos dias o incomum toma conta de mim. É algo inexplicável, até mesmo incoerente, mas me aflige de tal forma que meu dia se torna enfadonho e cansativo.

O foda disso tudo é saber que isso é passageiro, porém, vai transformar qualquer problema pequeno e sem importância em mais carvão para essa dor. Funciona como uma gota que cai constantemente na sua cabeça e com o decorrer do tempo vai se tornando insuportável. Te deixa impotente… Te faz olhar para as pessoas com descrença… Te deixa burro.

Eu fico a flor da pele. Minhas palavras soam desabafos. Meus ouvidos ouvem só durezas. Meu olhar se encanta e se esvai em segundos. Posso me apaixonar em duas palavras e contar minha vida inteira para um transeunte qualquer. Posso ser divertidamente forçado e me fechar em uma cara séria por motivo algum.

Só porque tudo isso não soa nada natural… É apenas a natureza das coisas.

“Cara de Pau” e A Chernobyl do meu Peito

Estou procurando um método eficaz de trazer a tona certos atributos que andavam perdidos. Um deles é a “cara de pau”.

E deixemos todos os sensacionalismos de lado agora. Todos sabem afinal, que se faz necessário nos dias de hoje possuir uma bela cara de pau, lustrada com “óleo de peroba” e se possível de madeira da pior qualidade. Não dá simplesmente para viver, e receber, de todos os: “conviventes”, “ficantes”, “displicentes”, “atraentes”, “militantes”, “me deixa sem ar”, “me faz delirar”, “sexo por sexo” e “os que me fazem chorar” sendo o mesmo cara fraco que me fiz ser depois do que aconteceu na Chernobyl do meu peito.

É da “Cara de Pau” que preciso. É disso que sinto falta. Saber o que fazer quando no mesmo carro que você pegou carona está aquele tipo de garota que te deixa louco e você sabe EXATAMENTE o que fazer, mas NÃO TEM a “Cara de Pau” necessária pra tomar uma atitude. Dá risada alta sem se preocupar se vão te achar ridículo ou coisa parecida. Usar aquela cantada barata junto de um sorriso verdadeiro que sei fazer como ninguém. Fazer com que as pessoas comentem como você tem cara de menino “pidão” e saber intensificar essa cara mais e mais.

É disso que eu falo… É disso que sinto falta… Da minha “Cara de Pau”.

Acredito que todo mundo tem uma “cara de pau” como eu tinha, e também acredito que muita gente também perdeu essa “cara de pau”. E ainda aposto com quem quer que seja como o causador dessa perda foi o tal do amor.

Aprendi umas coisas com esse tal do amor:

– É a maneira mais fácil de modificar alguém mesmo que todos digam que não vão mudar.
e
– É depois dele que vemos que não é tão fácil seguir em frente, mesmo que consigamos.

Por isso peço a Deus minha “Cara de Pau” de volta… Só assim talvez eu consiga sobreviver a essa tal de Chernobyl do meu peito.

Se perder para se encontrar.

Li há muito tempo que às vezes se faz necessário SE PERDER PARA SE ENCONTRAR, mas nunca entendi completamente o que isso queria dizer, simplesmente não sabia aplicá-la na minha vida cheia de altos e baixos.

Quando me apaixonei pela professora de português da 6ª série e fiquei o ano inteiro sonhando com o dia que teria uma mulher como aquela na minha vida… Quando conheci Lívia no ano seguinte e fiquei desesperado de “amores” por ela, coisa que me levou a fazer teatro e vencer muitos defeitos… Quando conheci Tássia e me expus de maneira quase infantil para poder conquistar a sua atenção… Quando conheci Paulinha que me recebeu como o primeiro namorado e se entregou ao relacionamento mesmo eu sendo um total canalha… Quando anos depois estive com Gianny e tudo caminhava para um grande namoro, mas resolvi deixá-la para não correr o risco de cometer o mesmo erro com ela… Quando levei uma vida de casado com Carol (Auslanderin) e conheci a maturidade que deixei de lado e paguei um alto preço por isso…

Em todas essas vezes eu não estava perdido, ao invés do que se pode imaginar. Na realidade estava satisfeito em ter vivido o indesejado, o tímido, o canalha, o prudente, o imaturo

Aquilo tudo me dava uma impressão de que estava completo, mesmo que falsa. Levei todos esses anos tentando me convencer que estava sendo fácil viver de um jeito “Fantasioso” e que essa “Mentira Pessoal” iria me alimentar por muito tempo. Não levou!

Perdi a mulher que julgava ser a mulher da minha vida por causa de um receio bobo, e demorei a aceitar isso. Passei quase um ano pensando que a qualquer momento poderia estar de volta com ela e ser o HOMEM mais feliz do mundo. Isso não aconteceu!

Foi um tempo difícil, mas descobri mais tarde que tudo o que tinha perdido não era ela e sim a mim mesmo. Na verdade eu vinha me perdendo aos poucos durante todos os meus relacionamentos, gotinha a gotinha, de grão em grão. E isso não me deixa mal, pois sei que se fez necessário, isso me tornou um HOMEM melhor.

ME PERDI para finalmente ME ENCONTRAR!

Estou pronto para um “Achado“…
Estou pronto para um “Desencontro“…
Estou pronto para sorrir ou chorar…
Estou pronto para fazer alguém feliz, mesmo que como um grande amigo…
Estou pronto pra seguir em frente e esperar por vários altos e baixos que a vida me reserva.

Estou Pronto!

Confissões de um cachorro e seu Falso Amigo

Capítulo 01 – PRÓLOGO

Eu tenho um péssimo amigo, e de bônus um péssimo hábito também. Me chamo ALFRED, algo meio Afrodite e Frederico. Sou com o perdão do trocadilho um CACHORRO, metade daqueles que lambem o pêlo e cheiram o traseiro dos outros, metade daqueles que pegam qualquer cadela por aí e depois nem lembra o nome. Sim, sou solteiro e tenho apenas 26 anos de idade, que para um cachorro comum seria muiiiiitttooos anos de vida, mas que para mim são apenas primaveras mal resolvidas pulando de lata em lata. Não sou vira-lata, nem sou de raça, só que como as aparências enganam, eu costumo viver com um pé na cachorrada e outro pé no pedigree. Minha mãe ainda vive comigo, mas meu pai a muito que não vejo. Gosto de gatas, todas, de qualquer estirpe. Costumo ladrar, mas no fundo todo mundo sabe que não mordo. Sou assim um simples cidadão canino disposto a mudar como todo mundo se dispõe a mudar, mas que na boa verdade da vida o que quero mesmo é relaxar e quem sabe até gozar no fim das contas.

Minha história começa quando resolvi seguir viagem até o outro lado da cidade, seguindo apenas o meu sexto sentido canino e meu olfato teimoso. O que havia do outro lado da cidade? Nada de mais, apenas certa cadela que tinha me pegado de jeito. Eu sei que nesse exato momento você deve estar me condenando, afinal de contas não se larga o conforto do lar em troca de um rabo animado e um latido sensual. A verdade é que a cidadã não era apenas uma simples cadela, a danada estava indo para o outro lado da cidade em busca do que sempre sonhou. É fato que ela não me convidou para ir, eu como sempre fui me oferecendo, disse para ela que eu era cachorro de rua, vivido, já tinha passado por várias correrias e que a carrocinha da vida nunca me levou com ela.

Então CARMEL, algo meio Caroline e Mellisa, sorriu para mim e disse que seria muito mais feliz comigo ao seu lado (na real ela pesou todos os prós e os contras, analisou e me questionou várias vezes, ficou insegura e com um baita medo de tudo), mas isso é um livro e meu editor pediu para enfeitar um pouco.

CARMEL é uma cadela daquelas que fazem jus ao termo cadela. Uma cadela em todos os prazeres em todos os significados do ser cadela. Isso foi o que me deixou babando que nem um cão doente. Ela é metade daquelas CADELAS que todo cachorro que subir, e metade daquelas CADELAS que nos faz sentir vira-latas. Na época estava estranhamente solteira, não entendia como uma deusa canina daquelas estava dando sopa por aí. Hoje ela tem 25 anos que como disse anteriormente seria bastante idade para uma cadela comum, só que para CARMEL isso tudo se resumia em muita inteligência e experiência. O que me deixava receoso era o fato dela ser da alta sociedade canina, ela têm pedigree saca? Pastora Alemã, mas não era do tipo de igreja não. Tem uma família unida, coisa rara nesse mundo cão. Sempre soube o que queria e isso não se encontra em qualquer cadela por aí. Então… Sejam bem vindos.

P.S.: Este é o prólogo do meu livro que não termino nunca… rs… O título do livro é: “Confissões de um cachorro e seu Falso Amigo”. Quem sabe um dia esse livro sai…